Antes de dissertar a respeito, tenho aqui que esclarecer que esse artigo não tem o objetivo de rotular ou de pré - julgar uma condição estática e imutável comportamental de crianças ou adultos com T21, até porque sabemos que cada indivíduo é único e nada é padronizado em seres humanos.
Aqui o texto tem o objetivo de esclarecer a pergunta de uma professora que assim como outros profissionais da área de educação e também pais que convivem com essa população observam e se perguntam, esses comportamentos são típicos deles? Percebemos uma frequência maior nessa população?
Precisamos falar sobre isso sem qualquer prejuizo ou tabus, pois apenas temos uma melhoria na inclusão quando através do conhecimento melhoramos os aspectos comportamentais que a criança e o adulto com Síndrome de Down possam apresentar ao longo de sua vida, precisamos pensar em uma boa qualidade de vida, não apenas na saúde física como também na saúde mental e comportamental.
Chego a conclusões que aqui descrevo quanto ao comportamento da criança com T21 para agregar em nossos atendimentos. Maria Montessori descreve no livro A criança, que esta é sempre entusiasta e sempre feliz! Para um desenvolvimento natural da criança, e um bom equilíbrio, ela necessita conquistar sucessivos graus de independência, tendo a sua volta alguns fatores importantes, sendo alguns destes, o ambiente preparado, adulto preparado e material adequado, bonito e atraente para um bom aprendizado e um autoatendimento. A pessoa com D.I pode apresentar desorganização sensorial e mental e por vezes dificuldades na linguagem e isso colabora para um comportamento inadequado e não entendimento das regras da sociedade, portanto vem a desobediência. Não é raro, como expliquei em textos anteriores, a criança apresentar um comportamento inadequado para autoproteção, fugindo de tudo que lhe causa repulsa ou frustração, e quando percebe que a cada birra ou teimosia que faz, o adulto entra em desespero e sem saber o que fazer se curva a esse comportamento e faz o que a criança deseja, ele acaba reforçando sem querer o que se tornará um comportamento constante e incontrolável ao longo dos anos. Primeiro temos que analisar a questão pelo lado de quem recebe as ordens ou orientações, neste caso a criança. Normalmente o adulto por ser grande e poderoso, faz as regras para que a criança siga e obedeça sem questionar, porém a criança está crescendo e conhecendo o mundo em que vive, tem vontades e necessidades, e é nesse momento que começam então as guerras entre a criança e o adulto. Nesse caos interno de desordem mental em que a criança vive na D.I, muitas vezes sem a maturidade da linguagem, a criança é impedida inclusive de argumentar sobre algo que sente ou pensa, o que lhe resta então é a birra ou a teimosia, diz não para tudo, chora, grita, se joga no chão, bate, esperneia, joga coisas, esse comportamento é o que lhe resta.
Vale aqui lembrar que lhe falta amadurecimento para compreender seus próprios sentimentos e atender as suas próprias vontades, portanto ainda não é senhora de suas próprias ações, como esperar que ela atenda e obedeça as vontades de outra pessoa?
Para trabalhar o comportamento, diminuir as birras e a teimosia, eu sempre oriento as famílias desde os primeiros anos de vida da criança cuidado com excesso de terapias, e excesso de nãos.
Vamos começar pela listinha abaixo citada:
• Organização do ambiente
• Linguagem Oral e treinamento de ping pong ( diálogos coerentes )
• Autoatendimento ( Vida Prática em ambiente preparado )
• Ensinar as regras da sociedade de forma clara e objetiva
• Diminuição de brinquedos eletrônicos, TV e Tablets
• Aumento de trabalhos manuais
• Acesso a Natureza para o equilíbrio
• Conhecimento de mundo
• Não opressão do adulto para com a criança • Respeito Mútuo
• Trabalhar a frustração de forma adequada e em momentos específicos para amadurecimento saudável
Quer conhecer mais? Faça parte de nosso projeto. www.montessoridaycare.com.br Vamos juntos?
Texto: Simone Galvão de França
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