Para Zan Mustacchi, é importante que, ao sair sozinho, o jovem tenha um celular para que os pais possam ligar às vezes e acompanhar o que ele está fazendo. "Todo casal quer privacidade, quer ir ao parque, ao cinema, a um restaurante. Ele tem esse direito, mas é preciso garantir que tudo seja feito de maneira segura", diz. Por isso, ele também recomenda que os pais não estejam em bairros distantes quando o filho for passear, pois, caso ele precise, eles conseguem rapidamente ir a seu encontro.
Educação sexual
De acordo com Ana Cláudia, é importante que os adultos conversem de forma transparente sobre sexo com os filhos. "Se a conversa ficar nas entrelinhas, a mensagem não será captada. Ele precisa de exemplos, saber claramente o que se faz com a namorada, mas não com uma amiga", diz ela. "Há o estereótipo de que a pessoa com Down tem a sexualidade exacerbada. Não é verdade. Isso só acontece quando há má orientação", afirma Ana Cláudia.
Para explicar sobre sexualidade, a melhor maneira é contar com o auxílio de imagens. "É importante expor as particularidades de cada sexo, mostrar bonecos que o façam entender as diferenças entre o corpo de um homem e de uma criança", diz Mustacchi. E, claro, a conversa sobre DSTs (doenças sexualmente transmissíveis) e a necessidade do uso da camisinha não pode ser deixada de lado.
De acordo com a psicóloga Edinete, do Serviço do Apoio Socioeducativo da Apae de São Paulo, a educação afetiva e sexual é fundamental para que haja inclusão social do jovem com Down.
Ana Cláudia, do Einstein, afirma que as conversas ajudam o adolescente a amadurecer. "Quanto maior a autonomia e o poder de escolha do jovem em todas as áreas da vida, mais bem resolvido ele será quando adulto", afirma.
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